terça-feira, 6 de dezembro de 2011

A neve, ou como diz o Pedro, "mefe"

Estamos aqui nos Estados Unidos faz quase 4 meses e vamos embora essa semana. Estava ansiosa esperando pela neve, mas fiquei bem triste quando a previsão do tempo mostrou que só ia nevar no fim de semana e nós vamos embora antes disso.

Sábado fomos passear e passamos por lugares que a neve que caiu ainda não tinha derretido. Estava tudo branquinho, lindo. O Pedro olhava pra fora da janela do carro e falava: "A mefe, mamãe!" mas foi só isso, a neve lá e a gente aqui.

Ontem de tarde começou uma nevinha beeem fraquinha, que foi se intensificando com o cair da noite. Quando já eram umas 21h a neve estava caindo bonitinha, tudo ficou branquinho e eu e o Pedro fomos brincar na neve, pela primeira vez. Vesti um casaco por cima da minha regata e vesti um casaco no Pedro que ainda está grande, mas foi bom porque as mãos dele ficaram pra dentro da manga. Descemos e foi só alegria!


Fiz uma bolinha de neve e joguei. O Pedro começou a pedir "mais bola, mamãe!" e eu até tentava fazer, mas estava congelando minhas mãos. Então a cada bolinha feita eu precisava de alguns minutos com as mãos dentro dos bolsos do casaco pra quebrar um pouco o gelo. Não vou dizer "esquentar as mãos" porque isso era missão impossível, mas quebrar o gelo acho que é a expressão mais adequada.


Ficamos lá brincando, andando na neve fofinha, colocamos a língua pra fora pra deixar a neve cair nela, demos muita risada e escorregamos algumas vezes. Não sei quem estava se divertindo mais, se era eu ou o Pedro.


Depois de passar algum tempo lá fora, ficar com a calça e os pés molhados (não tenho sapatos adequados para neve) voltamos pra dentro do quarto, o Pedro correndo e dando gritinhos de alegria. Abri a porta e entramos, pingando neve derretida pelo caminho, tomando bronca do Fe "Deixem os sapatos na porta, vocês estão molhando tudo!" e dando muita risada. Tirei meu casaco e quando fui tirar o casaco do Pedro ele fugiu, falando "Mais mefe, mamãe! Mais!!" Como resistir? Peguei o Daniel do colo do Fe e falei pra ele ir dessa vez, aproveitar a brincadeira com o filhote. Claro que ele gostou! Vestiu o casaco, calçou o tênis e foi, com o Pedro correndo pelo caminho.

Fiquei olhando pela janela e os dois apareceram, o Pedro abrindo os braços e a boca, o Fe andando de um jeito estranho, com passos apertados... E quando vi, ele tinha escrito pisando na neve "I LV U". Fiquei toda me derretendo dentro do quarto, pensando como sou feliz em ter uma família que se ama tanto!

E fiquei feliz por finalmente ver um pouquinho de neve. Já estava me conformando em ficar todo esse tempo aqui e ir embora sem satisfazer minha vontade, mas deu tudo certo. Parece que foi um presentinho de Deus, dizendo: "Olha, como você foi boazinha, cuidou bem dos meninos, tentou não perder a paciência, se controlou o quanto pôde e tentou manter a alegria dentro de casa, você merece ver uma nevezinha. A previsão do tempo vai errar dessa vez!"

Vai ver, eu mereci mesmo!

quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

Risadas do dia

Tem coisas que a gente prefere fazer que não entende pra ver se os filhos esquecem, como hoje, por exemplo, que eu fingi que não entendi que o Pedro queria bala. Ele chegou do meu lado e disse:
- Bala, mamãe, popopôlio?
- O que você quer, filho? - fingi que não entendi.
- Bala, mamãe... Popopôlio!
- Bola? 
- Bala.
- Bóia?
- Bala, mamãe. Ati! -apontando para o armário. - Aaaaaaaaah!! - e sorriu, como se ELE tivesse entendido, sendo que quem deveria entender era eu.
Eu comecei a rir, perguntei de novo:
- O que você quer mesmo?
- Bala. Aaaaaaaaaaah!!
Aquele "ah" de compreensão, que a gente fala quando cai a ficha, depois de passar muito tempo tentando entender alguma coisa.

Depois estava dando o jantar para o Daniel e ele ainda tem alguma dificuldade em entender que papinha também mata a fome, e não só o leite. Ele fica chorando até chegar na metade da papinha, quando percebe que está ficando de barriga cheia e finalmente se acalma. Não sei a quem ele puxou para ser tão mal humorado quando está com fome (estou sendo sarcástica)... Ele estava chorando porque só tinha começado a comer as primeiras colheradas e eu chamei o Pedro pra tentar distraí-lo para ele parar de chorar.
O Pedro veio na frente dele e começou a fazer "bilu bilu", imitar orangotango, cantar... e o Daniel parou de chorar com a boca cheia. Parou, fez uma cara estranha e ATCHIM! Espirrou sopa em mim e no Pedro. Eu quase tive um treco de tanto rir. O Pedro ficou sério, passou a mão pelo rosto pra tentar tirar a sopa das bochechas e do cabelo, me olhou com um sorriso bem amarelo, deu uma risadinha falsa, pegou o paninho e a chupeta e foi deitar na poltrona mais longe do Daniel.
Deve ter pensado: "Pow, venho aqui na maior das boas intenções e ele joga sopa na minha cara?"