quarta-feira, 26 de maio de 2010

A hora do cadeirão

A hora do cadeirão é a hora que ele come: seja almoço, jantar, fruta... Sentou lá e o desespero começa.

As 4 primeiras colheradas vão que é uma beleza, mas quando ele percebe que está sentado sem fazer nada começa a ficar mais difícil. Eu canto, bato palma, ele bate palma junto, dou uma colherada, ele tenta apertar o botão do microondas e eu falo não, ele joga um brinquedo no chão. A boca ainda está cheia, preciso fazer ele lembrar que tem comida pra ser engolida, finjo que vou dar mais comida e ele mastiga um pouco. Engole. Tenta pegar o garfo de cima da mesa, eu dou outro brinquedo e mais uma colherada. Ele bate o brinquedo na mesinha do cadeirão e joga no chão. Se estica pra apertar o botão do microondas de novo, eu viro o cadeirão pro outro lado. Mais uma colherada, que só foi comida na segunda tentativa (na primeira ele virou o rosto). Pede o pote de iogurte que está em cima da mesa, dou pra ele, ele bate na mesinha e joga no chão. Se inclina para o lado para olhar o que já tem no chão e fica contemplando. Eu chamo a atenção dele e tento dar mais uma colherada, mas ele balança a cabeça e não abre a boca. Tenta apertar o botão do microondas, eu dou o pacote de biscoito. Ele olha e diz "au au!" pra qualquer bichinho que esteja impresso e eu brinco com o "au au", seja lá qual bicho for. Mais uma colherada. Bate o pacote de biscoito na mesinha, mas eu não deixo - quero biscoitos, e não migalhas. Pede o telefone que está em cima da mesa e eu o escondo atrás da lata de leite. Dou o livro dos monstros coloridos e ele brinca um pouco com a capa. Outra colherada. Abre o livro e quase rasga o pop-up do monstro. Eu canto qualquer outra música e ele presta atenção. Mais uma colherada. Joga o livro no chão e estica os braços querendo pegar qualquer coisa que esteja fora de alcance - qualquer coisa mesmo, ele estica os braços sem foco em alguma coisa, só tenta alcancar o que quer que seja. Percebo que não tem mais brinquedos disponíveis e pego todos do chão. Ponho um na mesinha e ele o joga no chão instantaneamente. Mais uma colherada. Ponho mais dois brinquedos e tento fazer de conta que eles se encaixam, pra ver se ele se interessa por outro desafio. Tenta encaixar um no outro 2 vezes e bate a mão nos dois pra jogar tudo pro chão. Eu me abaixo e pego tudo de novo. Outra colherada. Dou o livro novamente, mas ele simplesmente ignora e fica em pé no cadeirão, se segurando no encosto, tentando apertar o botão do microondas. Enquanto uma mão segura ele pela calça, a outra pega mais um pouco de comida e tenta dar na boca dele. Mas agora é mais difícil, porque ele quer olhar para todos os lados e vira muito o rosto. Na quarta tentativa eu consigo. Agora falta pouco! Ele pula, faz uma manobra arriscada para a esquerda e quando eu vejo está ajoelhando em cima da mesinha pra mexer no microondas. "TÁ BOM!!!! Mexe logo nessa porcaria!" Aperta uns botões e olha pra minha cara, que nessa hora já está distorcida devido a atenção em segurá-lo no cadeirão, pegar uma colherada de comida, limpar a comida que cai no caminho e impedir que ele abra a porta do armário - ainda bem que ninguém está me vendo. Ele chora de tédio, já não quer mais microondas, livro, brinquedos, chaveiro, lata de leite, pacote de bolacha, pacotinho de Clight, colher, guardanapo, telefone nem nada que eu já tenha tentado dar para distraí-lo, então eu o pego no colo. A ultima colherada... E ele vira a cara. Só mais uma, concentre-se! Ele resmunga e balança o rosto, limpando a boca na minha roupa. Droga, a segunda blusa que ele suja no mesmo dia! "Tem certeza que não quer mesmo? É a última!", e ele abre a boca mas quando a colher está prestes a entrar, ele fecha. Ah, quer saber? Chega! Deixa eu almoçar! Ponho ele no chão, que vai engatinhando para o portãozinho para brincar com a Paçoca (que ainda está de molho do lado de fora, por causa da queda absurda de pelos). Enquanto eu almoço a comida já fria, porque estava tentando comer enquanto dava a comida dele - essa parte eu não incluí na narrativa, senão ia ficar mais difícil ainda de acompanhar o ritmo - levanto mais algumas vezes para livrá-lo de algum perito iminente, como tirar um fio da tomada, derrubar o abajour, abrir a porta do armário, tentar pegar as garrafas de whisky do Fe ou qualquer outra coisa do gênero. No fim, minha comida está até dura de tão fria, mas eu nem me preocupo em esquentá-la porque a intenção é acabar logo com isso para dar a fruta dele. Ai, a fruta...

Dar a fruta é teoricamente mais fácil, já que ele gosta de quase todas. Ligo o Discovery Kids, sento com ele no sofá, abro um kiwi no meio e vou dando as colheradas, tomando muito cuidado pra não derrubar no sofá. Aí ele come o kiwi inteiro (ou qualquer que seja a fruta escolhida).

Sei que nessa hora você deve estar perguntando "Então por que você não dá a papinha na frente da TV também?"Simples: porque não funciona. Ou ele se entedia ainda mais rápido do que na cozinha ou ele esquece que está comendo e a comida fica parada na boca por mais de 5 minutos. E aí quando ele percebe que está comendo, tenta descer do cadeirão pra ir pro chão. Dentre todas as dificuldades, acho o desafio da cozinha ligeiramente mais fácil.

Ufa! Acabou! Agora tenho algumas horinhas pra me recompor antes do jantar. Ai, o jantar...

terça-feira, 25 de maio de 2010

Cachorro-Filho e Filho-Cachorro

Lembra das histórias do Mogli, o menino-lobo? Acho que eu criei um Mogli em casa. Na verdade, eu não, a Paçoca. A convivência dos dois está afetando a personalidade de ambos.

A Paçoca se acha uma nenê: chora, quer dormir dentro de casa, quer brincar com as coisas do Pedro, comer a comida dele. E o Pedro...

O Pedro está começando a pensar que é um cachorro. Quando ele precisa ir de um lugar para outro e está brincando com alguma coisa, ele põe essa coisa na boca e vai engatinhando para onde ele quer. Igualzinho um cachorro.

As fotos falam melhor que mil palavras.



Quebrando Recordes

Sabe aquela coisa que você diz que nunca vai acontecer? Aconteceu hoje.

O Pedro foi dormir às 22:00h, acordou às 23:00h procurando pela chupeta e dormiu de novo até hoje às 10:00h. Sim, 11 horas ininterruptas de sono. De manhã até fui no quarto dele pra ver se estava tudo bem, nunca esperava que ele dormisse tanto assim!

Sei que ele está dodói e tomando remédios, mas hoje é o 4o. dia de remédios e só agora ele dormiu bem assim. Significa que a faringite está sarando! Ele dormiu tanto que me deu até saudade...

É, os paradoxos da maternidade: quando ele está acordado, não vejo a hora que ele durma; quando ele dorme, morro de saudade.

sexta-feira, 21 de maio de 2010

Teletransporte

Acho que eu já disse uma vez sobre o cercadão que faço na sala: eu encosto uma ponta do sofazão no rack e fecho a saída entre os dois sofás com o cercadinho do Pedro (que eu chamo de quadrado). Aí coloco ele lá dentro, ligo a televisão, jogo um monte de brinquedos e deixo uns biscoitinhos em cima da mesa de centro - aquela que não é mais de centro - enquanto tenho alguns minutos de sossego.

Hoje ele estava brincando no cercadão e de repente as coisas ficaram muito quietas. E silêncio é normalmente sinal de filho aprontando. Fui até a sala pra ver o que estava acontecendo, mas até agora não entendi realmente como isso aconteceu. O Pedro e a Paçoca estavam com as posições invertidas: a Paçoca pra dentro do cercadão e o Pedro pra fora - ela sem conseguir sair e ele sem conseguir entrar. Ela olhando pra fora, chorando, e ele do lado de fora espalhando meus CDs pelo chão. Como eles fizeram isso ainda é um mistério pra mim, porque todas as saídas estavam devidamente vedadas, do jeito que eu havia deixado, mas quando eu o coloquei lá para brincar ele estava do lado de dentro e ela do lado de fora.

Foi teletransporte? Ele empurrou o quadrado, saiu, colocou a Paçoca pra dentro e empurrou o quadrado para o lugar de antes? Ou ela puxou o quadrado, entrou, esperou ele sair e fechou a saída? Mistério...

quinta-feira, 20 de maio de 2010

Cachorro-Cachorro e Filho-Papai Noel

A Paçoca é uma cachorra muito boazinha, que aprendeu direitinho que não pode mexer em nada que não é dela ou que não for dado a ela. Ela fica dentro de casa e não pega nada, nem chega perto dos brinquedos do Pedro, não faz a menor bagunça. Lindo né?

Essa semana a Paçoca está passando um bom tempo no quintal, olhando para dentro com o portão fechado, porque está numa fase de trocar de pelos que deixa a casa com um tapete, e o Pedro adora ir brincar com ela através do portão. Eles passam muito tempo se olhando, brincando, ela lambendo a mão dele, ele puxando a orelha dela. Um amor recíproco. Mas (tudo no meu blog tem um "mas") o Pedro descobriu que ela aceita alguma coisa quando lhe é dada.

Então ele pega os brinquedos dele, de preferência os pequenos, vai engatinhando com um brinquedo na mão - uma mão engatinha, a outra vai apoiada no brinquedo, arrastando-o pelo chão - e praticamente enfia o brinquedo dentro da boca da Paçoca. No começo ela recusa, acha estranho, mas depois de tanta insistência acaba cedendo e pega o brinquedo, para alegria do Pedro. Aí ele dá gritinhos de alegria, pula, se sacode e ri enquanto ela mastiga e estraga o brinquedo dele. Um tanto quanto desprendido dos bens materiais, eu diria.

Ontem tive que correr para arrancar o tênis dele da boca dela, que se sacodia inteira enquanto abanava o rabo de alegria. Antes disso ela já tinha detonado alguns potinhos de Danoninho (todos dados por ele), umas peças plásticas de encaixar, muita bolacha e biscoito de polvilho - esses, aliás, ela nunca recusou. Na verdade, ela espera pacientemente do lado dele até ele não querer mais e oferecer a ela.

Hoje eu corri enquanto percebia que uma bolinha ia parar na boca dela. Justo o que ela mais gosta, bolinha! Ouvi um som de alegria acima do comum quando estava lavando louça, e quando olhei o Pedro estava se encaminhando para o portão com uma bolinha vermelha na mão. A Paçoca dando seus grunhidos de alegria enquanto esperava o presente chegar. Aí falei "Não Pedro! Esse é seu!", ele olhou pra mim, sentou, ficou me encarando e eu reforcei "Não é pra dar pra ela. Esse brinquedo é seu!". Ele largou a bolinha no chão e foi brincar com ela, de mãos vazias. Mas (olha o "mas" aqui de novo!) quando terminei de lavar a louça e fui buscar meu pequeno presenteador, a bolinha vermelha estava no quintal, cheia de pelos, mas ainda sem nenhuma dentada destruidora. Peguei a bolinha, mostrei pra Paçoca e falei que era do Pedro, que ela não podia pegar. Aí ele ficou assistindo TV e eu fui terminar as coisas na cozinha, e quando voltei para buscá-lo onde encontrei a bolinha? No quintal.

Não adianta. Ele gosta muito de vê-la mordendo as coisas, desde as coisas dela até as coisas dele. Me lembrei de quando a Maura, minha cunhada, dizia que a Julia jogava as coisas para o Astor destruir. O Astor era um lindo labrador preto, enorme e pesado. E ela jogava de tudo pra ele: desde os potes de plástico da cozinha, até os brinquedos dela ou até mesmo roupas. E ele lá, fazendo seu show enquanto ela ria feliz.

E aposto que ele vai continuar dando as coisas pra ela destruir. Só espero que ele não dê nada importante. Eu não ia gostar nadinha de ver meu celular destroçado, cheio de baba e pelos.

quarta-feira, 19 de maio de 2010

De ponta cabeça

Que o Pedro se mexe muito enquanto dorme eu já sabia. Mas ultimamente ele vem desafiando as leis da normalidade. Sábado e terça-feira ele acordou no meio da noite, chorando, com a cabeça nos pés do berço. Como se eu o tivesse colocado para dormir do lado errado do berço. Como ele conseguiu isso ainda é um mistério.

Essa noite ele estava atravessado, com a cabeça e os pés nas laterais do berço. Aí acordou chorando, preso, sem conseguir se mexer.

O difícil agora é mantê-lo coberto. Está fazendo frio de noite, mas ele se mexe tanto que sempre escapa das cobertas. Pelo menos ele é muito quentinho e calorento, então não sofre tanto. Mas eu já tentei de tudo para mantê-lo embaixo das cobertas e até agora nenhuma tática funcionou. Será que se eu amarrar ele na cama funciona??

segunda-feira, 17 de maio de 2010

Dormindo fora

E pela primeira vez meu pequeno dormiu fora de casa. Domingo foi o aniversário do Fe, e como eu queria comemorar com um jantar com os amigos sem hora pra voltar, o Pedro ficou na casa da avó. Achei que iria ficar preocupada, nervosa, mas nada. Só senti tranquilidade, sabia que ele estava em boas mãos.

No dia seguinte, o veredicto: dormiu a noite toda, acordou às 8h, tomou leite, passeou de carrinho, comeu fruta, dormiu mais um pouco, almoçou direitinho, brincou na casa da tia Ana. Assim, fácil, sem problema algum. Depois passamos lá para buscá-lo, ele estava totalmente entretido na casa da tia Ana, brincando com o Lucca e paparicado pela Silvinha, pela tia Ana e claro, pela avó babona.

O bom é que agora sabemos que ele pode ficar lá de vez em quando, e só em pensar nisso já vejo luz no fim do túnel. Afinal, foram 11 meses e 8 dias de cuidados ininterruptos, sem nem uma noite sequer sem a babá eletrônica ligada, o cérebro nunca desligado, sempre em stand by. Foi bom.

Mas os planos de ir para Campos do Jordão (e se a Mari ler isso, vai morrer de vontade) o incluem no banco de trás do carro. Pensou que fofo ele todo encapotado, de gorrinho? O máximo!

quinta-feira, 13 de maio de 2010

Nova decoração

Por que comprar Casa Claudia, Arquitetura e Construção, Casa & Jardim? O negócio mesmo é ter um filho. O resultado da decoração depois de ter um filho pode ser surpreendente! Não necessariamente bonito, mas inusitado.

Por exemplo, na minha sala, a mesa de centro não está mais no centro; está encostada no rack da TV para evitar que o Pedro vá mexer nas coisas. O sofá está num ângulo estranho, encostado na mesa de centro que não é mais de centro em uma ponta, com o outro lado terminando no quadrado do Pedro, fechando a saída entre os dois sofás para o Pedro não escapar da área segura enquanto assiste televisão. Perto da mesa de jantar está o carrinho, fechado porém grande, encostado do lado do bar. No bar, não existem mais velas decorando e as garrafas de bebidas estão encostadas no fundo, onde ele não consegue alcançar. E pelo chão brinquedos, muitos brinquedos.

O quarto dele também passou por uma redecoração. Quando ele nasceu e minha mãe estava em casa me ajudando, ela dormia no quarto dele. Para ela não perder a novela, colocamos uma cadeira da cozinha com a TV de 14" em cima, provisoriamente, até ela ir embora. Bom, já tem 10 meses que ela foi embora e a TV ainda está lá, em cima da cadeira da cozinha, porque por muito tempo eu assisti TV no quarto dele enquanto amamentava. Hoje não assisto mais, mas o provisório se tornou definitivo. Agora a idéia é que a gente compre algum suporte para a TV para instalar o DVD no quarto dele. Mas enquanto isso...

O escritório está uma bagunça. Ele não gosta de brincar com os brinquedos arrumados, então quando chega já vai espalhando tudo, cada coisa para um lado. Parece um campo minado. Se eu entrar sem olhar para o chão, ou machuco o pé ou quebro um brinquedo. Ou caio, que é a mais provável das hipóteses, considerando minha falta de equilíbrio e grande tendência a ser desastrada.

A cozinha tem brinquedos por cima do balcão, no cadeirão dele, no chão e em cima da mesa. Quando é a hora de comer, sempre preciso ter algum brinquedo por perto, para distraí-lo, e como ele enjoa rápido preciso de muitas opções. Aí acaba ficando tudo lá, os brinquedos aceitos em cima dos móveis e os recusados, no chão.

Isso porque ainda falta fazer a redecoração INMETRO, aquela que a gente abre todas as gavetas e portas dos armários baixos e tira tudo o que é perigoso. Por enquanto estou fazendo a política de redução de danos manualmente - tirando ele de perto das coisas que não pode mexer. Mas a redecoração INMETRO não está muito longe de acontecer.

Se tiver alguém aí entediado com a decoração da casa, fale comigo. Eu levo o Pedro aí e em meia hora sua casa já vai estar com uma cara totalmente diferente! E eu não cobro nada!

quarta-feira, 12 de maio de 2010

Passando vergonha

Ontem fui levar minha impressora pra instalar um bulk, um acessório muito legal que vai me permitir imprimir meus trabalhos em casa com mais praticidade. Enquanto esperava o funcionário preencher meu cadastro, fiquei com o Pedro no colo distraindo-o com uma bolacha - aliás, as bolachas são ótimas aliadas quando preciso que ele fique quietinho por um tempo. Acabou a bolacha e eu levantei com ele e fui dar uma olhada na loja, mas como ele está um chumbinho e tinha uma prateleira na altura ideal, resolvi dar um descanso para meus braços e o coloquei sentado lá, as pernas abertas, uma de cada lado do meu corpo.

O funcionário que estava fazendo meu cadastro me pediu licença e foi para a sala ao lado, enquanto etiquetava minha impressora. Mas juro, não havia hora melhor pra ele fazer isso! Assim que ele saiu, o Pedro colocou as duas mãozinhas do lado direito do corpo, deixando o bumbum levantado da prateleira e sem cerimônias soltou 4 puns, daqueles bem barulhentos "prrum... pruuuuum... pruuuuuuuum... prum", enquanto eu observava, atônita, sem saber se estava com mais vergonha do que abismada. Veja só, se o funcionário estivesse ali do lado, quando estava antes de ir pra outra salinha, teria pensado que os puns eram meus, tamanho o barulho que fizeram. Por outro lado, fiquei impressionada com a manobra libertadora, levantando o bumbum de lado para que os puns saíssem com mais facilidade.

Quando contei para o Fe, ele quase chorou de rir e disse, orgulhoso: "Esse é o meu garoto!! Preciso contar isso para o padrinho dele! Já aprendeu cedo!".

Homens. Todos iguais.

segunda-feira, 10 de maio de 2010

Zoião

Agora que ele já é mocinho (pelo menos na mente dele), não quer mais saber de papinha. O negócio agora é comer comida de gente grande. E eu que me vire pra inventar o que ele pode mastigar com a gengiva.

Hoje estava fazendo o almoço dele (purê de batata com cenoura, arroz com espinafre, frango desfiado e caldinho de feijão), e ele ficava em pé, segurando na minha calça. Eu andava, ele ia andando junto achando graça. É super fofo, mas dificulta um pouco cozinhar com um nenê agarrado em você.

Ele almoçou (e comeu tudo, mais um kiwi de sobremesa) e eu o deixei brincando no chão enquanto eu almoçava a mesma comida dele. Aí o zoião veio na minha perna me pedir a minha comida. Eu dei, e ele comeu uma, duas, três colheradas, brincou mais um pouco e voltou para mais umas quatro colheradas. Isso porque ele não quis mais a comida dele. Mas como a grama do vizinho é sempre mais verde, a minha comida devia ser mais gostosa que a dele, mesmo sendo a mesma.

Não sei quem ele puxou para ser zoião desse jeito. O Fe diz que foi de mim, só porque eu sempre espero ele pedir primeiro para pedir depois, e sempre que ele está comendo uma coisa diferente da minha eu quero experimentar. Só por isso.

Será que o zoião passa pelo DNA?

domingo, 9 de maio de 2010

Dia das mães

Hoje é meu primeiro dia das mães sendo efetivamente mãe. No ano passado estava grávida, então não conta muito. Esse ano não ganhei nenhum presente hoje, porque todos os meus presentes foram escolhidos por mim, na viagem. Tendo em vista a soma que gastei nessa viagem, não tenho pretensão de ganhar mais nada por um bom número de meses.

A surpresa de hoje aconteceu quando fui trocar a fralda do Pedro, pela manhã, e encontrei uma fita crepe colada na frente escrito "Feliz dia das mães! Te amo!" e comecei a rir, porque isso realmente era uma coisa que eu não esperava que o Fe fizesse, e quando o Pedro me viu rindo começou a rir junto comigo, segurando a escova de gengivas dentro da boca aberta.

Só isso já bastou para me fazer feliz! Com ele, a alegria vem nas pequenas coisinhas que eu menos espero!

Água de chuveiro

Nova modalidade de diversão no banho: tomar água do chuveirinho. Enquanto a mangueirinha fica pendurada, sem o difusor, jogando água morninha, o Pedro senta embaixo dela, abre a boca na ponta da mangueirinha e fica brincando com a água na boca. Engole um pouco, faz uns gargarejos, cospe. E ri muito!

O autocontrole corporal também está melhorando. Ele fica em pé sozinho, sem apoio, mas quando percebe que não está segurando em nada estica os bracinhos tentando alcançar alguma coisa fixa para sentir confiança em ficar em pé. O engraçado é que enquanto ele não percebe que está em pé sozinho, fica super de boa. O desespero bate na hora que ele se dá conta que a única coisa que o está mantendo em pé são suas pernas e seu próprio equilíbrio. Dizem que entre ficar em pé sozinho e andar é super rápido, mas eu não estou ansiosa por isso. Primeiro que respeito as fases dele e sei que cada bebê aprende as coisas a seu tempo, tento não ficar o comparando com os outros bebês que conheço. E segundo porque tenho plena consciência que o trabalho que vem com um bebê andando é levemente avassalador.

O engraçado é que quando ele só sentava eu já achava que não tinha mais tempo pra nada. Aí ele começou a engatinhar, mas ainda se entretinha com os brinquedos que estavam a seu alcance. Pra mim, novamente, foi uma falta de tempo terrível. Depois veio a fase de explorar a casa inteira, abrir gavetas, porta de armário e fazer o que eu chamo de "reorganização" na casa, que nada mais é que um modo carinhoso de nomear a bagunça que ele faz na casa. Somando isso com a falta da soneca diurna, tem vezes que tenho que almoçar um miojo porque não dá mais tempo de fazer nada. E quando ele começar a andar... não quero nem pensar em como vai ser a minha vida. Ah, que saudade de quando ele ficava só sentado, brincando com qualquer coisinha...

quinta-feira, 6 de maio de 2010

Algumas fotos da viagem

Essa é da gente indo, no aeroporto em Guarulhos. Fui de canguru, pra deixar as mãos livres e tentar facilitar um pouco as coisas.

Aqui está a prova! Ele nunca vai poder dizer que não foi pra Disney, olha ele no colo da Tha na frente da bola da Universal!!

Downtown Disney. No lugar que a gente sempre vai tomar sorvete!

Ele brincando com o carro do Leo. Vou ter que comprar um desses pra ele, ele amou andar nisso aí! Diverte mais do que o carrinho!

Nós dois em frente a piscina de um hotel dentro do complexo Disney, e na frente da sorveteria. Já estou com saudades!

Ah tá.

Que agora ele resolveu não querer mais dormir quando tem sono durante o dia. Apenas chora, me empurra, tenta se levantar, mas NÃO DORME. Bom pra mim, que tenho que fazer tudo com ele acordado. Maravilha!

terça-feira, 4 de maio de 2010

Resumão da viagem

Finalmente consegui um tempinho para escrever. Depois que voltei com o Pedro, foi um tal de separar compras, lavar roupas, casa pra arrumar, comida, médico... ufa! Ainda não está tudo 100% no lugar, mas já estou começando a respirar novamente.

Ficamos 15 dias fora, e é engraçado mas 15 dias já fizeram a maior diferença para o Pedro! Não em tamanho (mesmo ele tendo ganhado 370 gramas nesses 15 dias), mas em desenvolvimento. Praticamente a viagem toda foi fazer compras e cuidar dele. Se eu tivesse ido sozinha teria terminado todas as compras em uns 4 dias, mas com ele levei 14. A última compra que fiz foi na quarta a noite, e embarquei de volta para o Brasil na quinta a noite. Correria, cansaço, nada de aproveitamento e um intensivão de Pedro.

Lá ele descobriu o que é levar bronca, o que é Veggie Tales, o que é tchau, o que é churros, o que é bater na mãe, como é irresistível e o que é tomar banho na banheirona.

A bronca ele levou na casa do Fefo, quando foi mexer no perfumador de ambientes que estava ligado na tomada e eu disse "Não!". Ele chorou, fez birra e foi mexer de novo, levou outro Não! e chorou mais um pouco. Aí o Fefo tirou ele de lá e colocou para ver Veggie Tales. E o malandro disfarçadamente começou a engatinhar em direção ao objeto de desejo. Quando estava chegando perto, o Fefo disse "Pedro, aí não!". Ele deitou de barriga pra baixo, passou a mão no carpete, olhou para trás (para nós), olhou para o carpete e se lançou um centímetro para a frente. O Fefo falou mais uma vez "Aí não!". Ele continuou deitado, olhando pra nós, para o chão, para as mãos, para a parede... e quando viu que não íamos ceder, se sentou e começou a chorar. Ele chorando e a gente segurando o riso, porque foi hilário! Aí o Fefo foi lá buscar ele e disse parabéns por ele ter obedecido.

Veggie Tales é uma animação onde os personagens são vegetais (pepino, tomate, brócolis, salsão, blueberry, cenoura, ervilha, etc.), com histórias bíblicas e coisas não-bíblicas e totalmente "silly", que o Pedro ficou apaixonado desde a primeira vez que viu a abertura. Virou um vício. A gente colocava a abertura pra ele ver, ele engatinhava muito rápido para a TV, olhava pra gente com a língua de fora mordida num sorriso e voltava a olhar para a TV, feliz por ver o que gostava. No último dia eu já tinha decorado quase todas as falas do capítulo "Josh and the big wall". Mas o que eu mais gostava era da música do zebu. Ridícula, engraçada, nada a ver, mas tão legal! Vale a pena clicar e ouvir, só por curiosidade. Se você tem filhos, tem grandes chances deles gostarem (se forem pequenos o suficiente pra não fazerem questão da língua portuguesa).



Minha amiga e anfitriã, a Tha, criou uma relação de amor eterno e recíproco com o Pedro. Um dia ela estava saindo com o Fefo pra jantar e disse tchau para o Pedro. Ele ficou bravo! Muito bravo! Franziu a testa, fez "hummm!" e começou a levantar e baixar os bracinhos. Aí ela voltou e brincou com ele, disse tchau mais uma vez e ele ficou bravo de novo. Não sei se ele estava bravo por ela sair, se era por ela sair com o Fefo ou se era por ela sair sem ele. A questão é que ele ficou bem bravo.

Agora, o churros... essa é uma coisa que ele faz que é irritante! Quando está comendo e não quer mais comida, eu dou a colherada, ele abre a boca como se ainda estivesse com fome, fecha a boca e faz churros, cospe tudo. Ele já fez churros com papinha, com fruta e até com remédio. Só que com remédio me deixa ainda mais irritada, porque desperdiça. Ele não é bobo, porque vai engolir um negócio de gosto ruim?

Pior do que isso, só quando ele me bate. Descobriu não sei como a me bater. Bate no rosto, no pescoço, no peito. Aí eu tenho que dar bronca e colocar de castigo. Ele chora, mas percebe que fez coisa errada. Desde que voltamos ele não me bateu mais, não sei se aprendeu que não pode ou se esqueceu de me bater. Tomara que tenha aprendido.

Aprendeu como é irresistível porque todo mundo que passa por ele e sorri, acaba ganhando uma piscadela charmosa. Ou ele simplesmente levanta os bracinhos e pede colo. Imagina, pedir colo pra estranhos? E minha cara, como fica? Dá a impressão que eu não dou carinho pro meu filho! Isso ele não esqueceu como faz, porque ontem estavamos no médico e ele pediu colo para duas pessoas que passaram por ele. Mas não pense que ele é bobo, porque de bobo ele não tem nada! Ele só pediu colo para os outros porque estava no carrinho e sabia que eu não o tiraria de lá tão cedo. Aí ele prepara o melhor olhar no estilo Gato de Botas e levanta os bracinhos. Não tem um que não faça "Aaaaaawwww, que lindo!", e eu com aquela cara de "É, né?" pensando "Pára Pedro, pelo amor de Deus!!".

O banho na banheirona foi uma farra bem gostosa! Enquanto ele tomava banho na torneira de baixo, a banheira ia enchendo. No final do banho tinha um palmo de água, que ele adorava bater as mãos e espirrar água para todos os lados! Aí, toda vez que ele entrava no banheiro já ia correndo para a banheira e tentava se jogar pra dentro, e só não conseguia porque ela era bem alta. Aí acabava desistindo da banheira e ia brincar um pouco de desenrolar papel higiênico.

Aliás, no quesito Destruição, posso dizer que ele atingiu o nível 2. Desenrolou papel higiênico, destruiu 2 balões de hélio da minha amiga, vomitou na mesa de centro e espalhou o vômito com as mãos, teve diarréia e vazou cocô mole no carpete, aprendeu a ligar e a ejetar o CD do PlayStation 3, encheu a TV de mãozinhas meladas, chupou o controle remoto, prendeu o dedo no pedal da lixeira, comeu ração da Lilica, derrubou a água dela também, comeu areia do enfeite, jogou areia pra fora do enfeite, tirou as velas do lugar, vivia com a chave do carro na boca, apertava as teclas do laptop da Tha, caiu com o banquinho, babou papinha no sofá, fez xixi na Tha, vomitou na Tha (4 vezes), deixou o carrinho da Renata cheio de restos de alimentos, chupou a orelha do ursinho de pelúcia da Tha, brigou com a Lilica por causa de garrafas de água vazias, encheu o carro da Tha de bolacha, derrubou maizena no carpete, e mesmo assim, MESMO ASSIM, a Tha já estava com saudades antes mesmo da gente embarcar no avião.

Ah, as férias... uns descansam, outros se descabelam!

segunda-feira, 3 de maio de 2010

De volta à Nave Mãe!

Já chegamos, fizemos (pelo menos o Pedro fez) boa viagem, mas ainda estou colocando as coisas em ordem. Parece que não vai acabar nunca!

Assim que conseguir me organizar pelo menos um pouco eu venho contar como foi tudo.

Por enquanto, só bagunça, roupa pra lavar, casa pra arrumar e uma cólica pra administrar.