quarta-feira, 19 de setembro de 2012

Se está tão gostoso, toma você!

Hora do almoço, Pedro comendo sozinho e eu dando a comida do Daniel no cadeirão. O Daniel começa a pedir suco: "Cuco! Cuco!" e a Pri (minha fiel escudeira) chega com um suco de melancia que tinha acabado de fazer, geladinho.

Dei o copo pro Daniel e ele ficou analisando a cor: olhou para o suco, olhou para mim para checar minha reação, olhou para o suco, olhou para a Pri para checar a reação dela. Ficamos na expectativa para ver se ele ia gostar, porque ele não gosta de nenhuma fruta e tem muita resistência para aceitar sucos de sabores diferentes. Eu disse: "Toma, Daniel! O suco está uma delícia!" e a Pri emendou "Huuum, delícia!" Acho que foi forçar demais a naturalidade, porque ele ficou um tanto quanto desconfiado e quando colocou o bico do copo na boca deu uma chupadinha bem de leve para testar o sabor e fez uma careta.

- Toma, Daniel - incentivei.
- Huuum, suco gostoso Daniel, delícia - disse a Pri, sorrindo.

Então ele esticou o braço e tentou colocar o copo na minha boca, fazendo "Huuummm" para mim. Fingi que tomei, com o bico do copo apenas perto da minha boca e disse:

- Sua vez, Daniel - tirando o copo da mão dele e tentando colocar na boca.

Ele sorriu pra mim, colocou o bico do copo no queixo, fingiu que tomou (com os mesmos sons que eu fiz), soltou um "Aaahhh!" e tornou a me oferecer o copo.

A essa altura ele já tinha acabado de almoçar, tirei ele do cadeirão, coloquei o suco dele em cima da mesinha, empurrei o cadeirão para o lugar dele e fui pra cozinha para almoçar. Estava preparando meu prato quando ele entra discretamente com o copo na mão, chega perto da pia, fica na ponta dos pés, coloca o copo com o suco intocado em cima da pia, dá meia volta sem olhar para ninguém e vai embora.


domingo, 16 de setembro de 2012

Camisa no vaso

Continuo na correria, mas ainda não desisti.

Terça-feira o Fe saiu pro treino logo que eu cheguei em casa. Se trocou e deixou a roupa suja no banheiro, dentro do cestinho. Assim que ele saiu, o Pedro me pediu pra fazer xixi. Falei pra ele ir sozinho no banheiro da mamãe, porque no banheiro deles a tampa do vaso não para aberta e aí é xixi pra todos os lados.

Enquanto ele fazia xixi fui pra cozinha separar as mamadeiras e ouvi um "ploc". Ploc estranho. Corri pro banheiro, o cesto de roupas estava de cabeça pra baixo e a camisa do Fe estava dentro da privada, por cima do xixi recém feito do Pedro, com o Daniel empurrando cada vez mais pra dentro.

O Pedro me viu e saiu correndo, já foi falando "Foi o Daniel, mamãe! Não fui eu!" com medo de levar bronca. Mas mesmo se ele não falasse, mesmo se ele estivesse ali do lado olhando, eu saberia que foi obra do Daniel.

E o pior de tudo foi o Daniel chorar desesperado porque eu tirei a camisa da posse dele. Afinal, lugar de camisa suja é dentro da privada.

quinta-feira, 6 de setembro de 2012

A melhor do fim de semana

Contei sobre o casamento, a viagem e a canseira, mas não contei da maior vergonha engraçada do mundo.

Estávamos almoçando aquele típico almoço por revezamento, e minha sogra levou os dois meninos pra sala de brinquedos pra deixar eu e o Fe comermos sentados (milagre!). Grande sogra!

Então aproveitamos, até comemos sobremesa. Um lugar lindo, restaurante cheio, música ao vivo (voz e piano), gente falando baixinho. Sabe aquela típica cena de restaurante de novela das 9h? Bom, estávamos na sobremesa quando o Fe diz: "O Pedro está vindo." Antes que eu pudesse olhar pra trás, antes que eu pudesse ao menos processar a informação, o Pedro grita enquanto corre:

- Papaaaaaai, quero fazer cocô! Quero fazer cocô!

Ai meu Deus. O que eu faço? Finjo que o filho não é meu? Me escondo embaixo da mesa? Nisso o Fe já começou a rir, e disse: "Priceless!" E ele veio em nossa direção, o Fe tomou o último gole do suco dele e o Pedro continuou falando em alto e bom som:

- Papai, vamos, quero fazer cocô!
- Fala baixo, Pedro! Ninguém precisa saber - alertou o Fe, aos sussurros.
- Paaaaaai, não demora, vai logo! O cocô tá saindo! Vamos papai, tá saindo!

Então o Fe saiu às pressas com ele, eu ficando pra trás pra recolher toda a parafernália que levamos ao restaurante quando temos filhos, como copos, brinquedos, chupetas, a bolsa com fraldas, a câmera, e segui logo atrás, com a maior cara de quem fez a coisa certa.

quarta-feira, 5 de setembro de 2012

Relax pra quê?

Tivemos o casamento da minha cunhada e madrinha do Pedro, a Dani, neste sábado. Foi um almoço num hotel no sábado e nós dormimos lá, fomos embora só no domingo. Sabe quando você espera por uma data, planeja descansar, brincar com as crianças, sair da rotina, aproveitar o fim de semana? Eu estava assim, cheia de esperanças.

Chegamos sábado de manhã pra tomar café da manhã no hotel. Delícia! Tudo correu bem, até o Pedro correu bem pelo restaurante, o Daniel não queria ficar no cadeirão e eu e o Fe fizemos corrida de revezamento pra conseguir tomar café.

Durante o casamento eu fui encarregada de fazer as fotos (e que modéstia a parte, ficaram lindas!) e o Fe ficou correndo atrás dos meninos. Literalmente correndo. Minha sogra tentava enganar o Daniel dando comida, o Pedro queria jogar pebolim, o Daniel queria mexer em tudo, o Pedro corria pra fora do salão, o Daniel chorava porque queria fugir, o Pedro chorava porque machucou a testa no pebolim, o Daniel fugia escondido, o Pedro fugia escondido. Fácil assim.

À noite levamos os dois pra piscina aquecida. Eu não sou muito fã de piscina, mas pelos dois até topo. O ruim foi sair dela depois, com aquele ventinho noturno. Pedro pula na água, sai da água, Daniel pula na água, sai da água, corre pra fora, entra na piscina, quer colo, quer correr, quer piscina, Pedro quer nadar, quer correr, quer pular, mãe e pai praticamente numa aula de aeróbica.


E todas as refeições foram naquele esquema: quero isso, não quero aquilo, quero correr, quero brincar com a amiguinha, quero chão, quero colo, quero fugir, quero sala de brinquedos, quero suco, quero fazer xixi, chora por alguma coisa, chora de novo, não come nada. Mãe e pai comem em pé, correndo, andando, com filho no colo, filho pondo a mão dentro da sua boca, filho chorando e sempre pelo menos uma pausa pra levar criança no banheiro.



Domingo fomos no parque ver as capivaras. Coisa mais fofa, elas ficam andando soltas no parque e você pode até chegar perto. O Pedro adorou, o Daniel queria por a mão. O que nós aproveitamos do parque: corre pra lá pra pegar um filho, pega outro no colo, corre atrás do outro filho que está fugindo, tenta tirar uma foto e não consegue, corre de novo, corre com filho no colo, corre com dois filhos no colo. Praticamos corrida com obstáculos.



E o fim de semana que seria de descanso e paz vira um fim de semana de exercícios ininterruptos. Segunda-feira acordei como se tivesse passado um trator por cima de mim. E era só segunda-feira.