segunda-feira, 21 de março de 2011

Mogli, o menino lobo. Pedro, o menino cachorro.

Com um quintal maior e mais seguro, a convivência do Pedro com a Paçoca ficou ainda mais intensa. Para se ter uma idéia, os dois emagreceram, o que eu acho ótimo porque a Paçoca estava gordinha e o Pedro... também.

Quando eu abro a janela do quarto do Pedro de manhã ele corre pra chamar a Paçoca. Coloca a mãozinha pra fora, esfrega o polegar nos outros dedos e chama "Coca!". Às vezes ele fala tão baixinho que eu acho que ela nem vai ouvir, mas em questão de segundos lá está ela, em pé na janela para dar bom dia para seu filhote humano.

Por experiências anteriores, agora dou o café da manhã do Pedro antes de abrir a porta do quintal. Se eu abro antes dele comer ele não come mais. Sai pra brincar com a amiga canina e não há quem o faça comer alguma coisa. Então eu sirvo o café da manhã e assim que ele comeu satisfatoriamente eu abro a porta. Nessa hora não sei quem fica mais feliz, se é a Paçoca ou o Pedro. É rabo abanando pra todos os lados que ela chega até a rebolar, Pedro gritando de alegria e correndo pra procurar alguma coisa pra jogar pra ela... Aí eu tenho algum sossego, mesmo que eu precise "fritar o peixe e olhar o gato" - não posso vacilar muito, porque os dois juntos têm um enorme potencial para a destruição.

Nos dias de muito calor o Pedro vai pra piscininha, mas a Paçoca está sempre do lado, tomando conta dele, levando alguns banhos e algumas brinquedadas na cabeça. Mas fica ali, como um soldado inglês, não se deixa abalar.



Os dois gastam tanta energia um com o outro que muitas vezes a Paçoca vai deitar pra descansar e o Pedro sobe nas costas dela fazendo barulho de cavalinho, enquanto ela levanta delicadamente e vai deitar em outro lugar, como quem diz "Chega Pedro, estou cansada!", ou até o Pedro já está sentado sozinho e ela vai lamber ele dos pés à cabeça e ele se irrita e briga com ela. É bom saber que os dois provam do próprio veneno: ninguém gosta de ser incomodado 24 horas por dia.

Na última consulta ao pediatra, pedi para que ele receitasse um vermífogo para o Pedro. Agora ele acha que é um cachorro.

Outro dia estava na lavanderia e o Pedro a Paçoca estavam pisoteando na grama recém colocada no quintal. Então ouvi as risadas do Pedro, o que é frequente quando os dois estão juntos, mas dessa vez o riso tinha um quê de zombaria e eu fui verificar. A Paçoca tinha deitado na grama e estava apertando o nariz contra a grama para cheirar alguma coisa. O Pedro achou aquilo engraçado, deitou de barriga pra baixo e ficou cheirando a grama igual a Paçoca e dando risada. Eu disse: "Pedro, levanta daí!" e ele me olhou com cara de "O quê???" como se eu fosse a doida por achar alguma coisa estranha naquilo.

Em outra ocasião enquanto eu também estava cuidando da roupa, vi o Pedro segurando uma pedrinha. Então ele jogou a pedrinha no chão e surpreendentemente não fez barulho. Opaaaa... algo errado aí. Fui verificar e descobri que a pedrinha não era exatamente uma pedra, e sim um pedaço de cocô da Paçoca. EEECAAA!! Corri com ele para o banheiro, tomando o cuidado de manter as mãos dele longe do contato de qualquer outra superfície (eu me incluo em "superfície") e gritei pro Fe vir dar o banho, que era um caso urgente, enquanto desinfetava as mãos dele com álcool em gel. Então ele tomou o banho bastante feliz, saiu do banho bem agitado e enquanto o Fe pegava a fralda pra colocar nele... BAM! Ele bateu a cabeça com muita força na quina da cama. Segue-se a sequência de grito, choro, falta de ar, choro, grito e mais choro. Eu corri pra pegar o gelo e o Fe foi com ele pra sala. Enquanto ele não sabia se chorava ou se assistia Peixonauta, grudei o gelo na testa dele e em menos de 5 minutos não havia mais choro. Resolvemos registrar o acidente e 10 minutos depois essa foi a foto que fizemos:



... sorrindo e feliz, como se nada tivesse acontecido. No dia seguinte a testa dele não tinha nenhum vestígio do roxo-porrada, só uma linha fina onde fez esse cortinho. O engraçado da história é que ele sabe o que é o cocô dela, porque quando acha algum que eu ainda não recolhi ele aponta e diz "Caca!" e nem chega perto...

E agora o motivo maior pra eu pedir vermífogo para ele. Eu estava na cozinha quando o Pedro veio do quintal sorrindo e fez "Ahhhh!" (interjeição de alívio após beber água). Olhei pra ele e o rosto e a franja estavam molhados. E onde mais ele tomaria água no quintal? Da tigela da Paçoca, óbvio! Dei uma bronca e expliquei que aquela água é da Paçoca, que é caca e que não pode mexer. No dia seguinte vem ele de novo, olha pra mim com o rosto todo molhado e "Ahhh!". E não adianta me dizer pra deixar água pra ele sempre à mão, porque ele tem sempre o squeezy cheio de água onde quer que ele vá. É malandragem mesmo.

Teve um sábado que o Fe levou ele pra passear - vulgo fazer compras de homem: parafusos, ralos, coisas para consertos da casa - e estava muito quente. Quando chegaram, o Pedro entrou correndo em casa e já foi pro quintal pra brincar com a Paçoca. Pelo menos era o que eu imaginava, mas 15 segundos depois ele entrou na cozinha fazendo "Ahhh!" e de rosto molhado de novo. "Pedro, olha seu squeezy aqui!! Não é pra tomar a água da Paçoca!!"... Mas não adianta. Ele deve pensar que é um cachorro, não é possível.

Agora ele tem feito uma coisa menos pior, que é brincar com os carrinhos dele dentro da tigela de água da Paçoca. Pelo menos enquanto está só brincando ele não bebe a água. Mas meu radar tem que estar ligado 24 horas por dia. Não, não, exagero meu. Ele fica das 13h às 17h na escola, então meu radar só fica ligado 20 horas por dia. Depois eu não sei porque o Daniel está querendo nascer antes do tempo!

3 comentários:

  1. Amei a história de`Paçoca e Pedro rsrs... mas vem cá a batida foi feia hein????
    Calma o Daniel vai anscer dia 31.....
    bjks

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  2. kkkkkkkkkkkk

    Esse lance da água tb se repete aqui em casa,não com a água do cachorro pq não tenho,mas com todo e qualquer copo ou similar que esteja ao alcance da Bia (ou não, pois ela até escala as coisas para alcançar seu objetivo), mesmo q não tenha nd dentro ou pior, q esteja sujo, ela quer falando q é "ada" (água), mas os copinhos e squeezes que tb estão espalhados aos montes em casa ela finge q não vê, só a hr q a sede aperta. rssss

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  3. Pois é, nem foi uma batida, foi uma porrada mesmo! Ainda bem que sarou rápido.

    E Mila, acho que o negócio não é nem a sede: deve ser engraçado tomar água de lugares diferentes... uma experiência nova. Pelo menos a Bia não tá pegando vermes assim né? hahahahah

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