sexta-feira, 18 de novembro de 2011

Dodóizinho

A vida corria bem pros meninos, o Pedro já está acostumado a passar o dia dentro do quarto comigo e o Daniel é aquele anjo que eu não tenho o que reclamar  - só me dava um pouco de trabalho à noite, acordando a cada 20 minutos, 30 minutos... o bônus da noite era quando ele dormia 1 hora.

Quarta-feira passada coloquei a galera pra dormir, fui tomar banho e deitei na cama pra ler meu livro, como sempre. O Fe já estava roncando. Meia-noite o Daniel acorda chorando, tentei dar a chupeta mas ele não quis, tive que dar mamá. Ele mamou e no finzinho começou a chorar muito, gritando, levantei com ele e ele começou a tossir e vomitou tudo e percebi que ele estava com febre. EPA! Dei antitérmico pra ele dormir e no dia seguinte de manhã o Fe já ligou no convênio perguntando em que hospital poderíamos levar o Daniel.

Fomos parar num aqui perto, na verdade nem era um hospital, era uma clínica. Chegamos lá e antes mesmo de perguntarem o que estava acontecendo já pediram 100 dólares para pagar a consulta. Depois de algumas ligações para o convênio e depois de esperar MUITO o convênio mandar o voucher para o fax deles, conseguimos fazer a ficha de atendimento. A essa altura do campeonato o Daniel já estava queimando em febre no meu colo e quando fomos atendidos já estávamos esperando a mais de duas horas.

A enfermeira mediu a febre (ele estava com 39,5) e trouxe Tylenol pra ele. Quando a médica veio ela olhou os ouvidos enquanto o Daniel gritava muito, deu uma olhada de leve na garganta e saiu. Quando voltou disse que ia dar receita para antibiótico, porque o ouvido dele estava meio vermelhinho, mas ela achava que também podia ser porque ele estava chorando. Mas era pra gente procurar um pediatra, se fosse possível.

Dar antibiótico sem ter certeza do que é?? Claro que não! Voltamos pro hotel pra almoçar - já era quase 5 horas da tarde - e o Fe teve que ir acompanhar um teste no trabalho dele. Quando ele voltou, deixamos o Pedro com a Renata (mãe da Valentina, amiga do Pedro) e fomos procurar um hospital por conta própria. Acabamos parando em um que o Fe já tinha passado na frente e eu entrei pra perguntar se tinha pediatra. A recepcionista disse que não, mas me deu o nome de 3 hospitais que cuidam de crianças e que normalmente tem pediatra 24 horas. Nisso a outra recepcionista veio e me sugeriu ir para o hospital da universidade, porque segundo ela o atendimento lá com crianças era muito bom. Fomos.

Quando entrei no hospital com o Daniel no colo a recepcionista só me perguntou o nome dele, a data de nascimento e qual era o sintoma. Em 5 minutos já chamaram a gente, um enfermeiro grande na altura e na largura, com um daqueles sorrisos de quem está sempre de bom humor. Mediu a febre do Daniel (estava 39,6 nessa hora) e ele e outra enfermeira perguntaram um questionário infinito sobre ele. Depois que respondemos tudo, nos levaram pra uma quarto e logo apareceu o pediatra. Perguntou mais 50 coisas que ainda não tinham perguntado e veio ver o Daniel. Pediu pra tirar a roupa, apalpou barriga, ouviu o peito com o estetoscópio, olhou ouvidos e a garganta - a garganta ele olhou do mesmo jeito que a outra médica, só jogou uma luz lá dentro sem abaixar a língua - e disse que aparentemente estava tudo bem e pediu exames de sangue e urina.

A enfermeira entrou com os kits para colher sangue e urina (a urina teve que ser colhida com sonda) e nessa hora eu tive que sair da sala, porque não aguento ver sangue, agulhas nem nada que machuque os outros, quanto mais meus filhos. Fiquei chorando no corredor, andando de um lado para o outro enquanto esperava o tempo que parecia infinito para acabarem logo com aquilo. Acabou e eu entrei. O Daniel estava chorando muito, assustado, o Fe estava branco que nem papel. Nessa hora eu não sabia o que pensar: se tinha sido bom eu não ver para não passar mal ou se eu tinha que ter ficado com o meu filho pra que ele se sentisse mais seguro, apesar do Fe ter ficado com ele durante todo o processo. Nas duas hipóteses eu me sentia culpada: uma porque sou uma banana que não aguento ver sangue e outra porque sou desnaturada por não ter ficado do lado dele quando ele precisava de conforto. Até agora me sinto mal por isso. Mas então eu peguei ele no colo, ele estava só de fralda, sentei na cadeira e o cobri com uma manta e fui dar mamá pra ele. Ele mamou e dormiu em 3 minutos, estava exausto pela febre, pelo stress e pelo horário, já passava das 11 horas da noite. Ficamos esperando mais de uma hora até saírem os resultados dos exames e enquanto isso eu fiquei com o Daniel no meu colo, rezando muito para que ele sarasse logo e que não fosse nada grave. Já é ruim o filho ficar doente perto do pediatra, pior ainda é ficar doente longe de casa, longe do pediatra dele e em um lugar que eu não conheço pra saber onde levar.

O pediatra voltou e disse que os exames não deram nada e que provavelmente era alguma virose que o corpo estava lutando pra combater, mas que era pra levarmos ele em uma pediatra que ele passou o nome e telefone, para acompanhar o estado dele no dia seguinte. Ao mesmo tempo que eu fiquei aliviada por não ser nada grave, fiquei preocupada por não saber com certeza o que estava dando aquela febre tão alta.


No dia seguinte ele amanheceu melhor, mas eu ainda estava preocupada. De tarde ele estava dormindo e eu fui dar um beijinho quando reparei que o ouvido dele estava cheio de cera de novo (eu tinha limpado no dia anterior, quando voltamos pra casa do primeiro hospital). Achei esquisito e um pouco suspeito, chamei meu pai no skype (santo skype!) pra perguntar se podia ser dor de ouvido e ele disse pra eu limpar o ouvido do Daniel e ver como era a cera, e eu me lembrei que achei estranho quando vieram olhar o ouvidinho dele no hospital e ele chorou muito. Quando o Daniel acordou eu limpei e mostrei o cotonete para o meu pai pela câmera e voilà: otite. Fiquei tão aliviada que parecia que tinham tirado um peso das minhas costas. Otite, simples, nada de tão grave, fácil de curar. Eu já tinha me antecipado à viagem e trouxe uma farmacinha com todos os remédios que o pediatra deles sugeriu, então estava fácil. Nessa mesma noite o Daniel dormiu bem melhor e no dia seguinte já não tinha mais febre. Desde que começou a curar a otite tem dormido muito melhor acordando de 4 em 4 horas e isso tem sido o céu. Pra quem acordava a cada meia hora, dormir 4 horas seguidas é perfeito! E por isso eu acho que ele devia estar com otite faz tempo, mas só agora deu a dor insuportável. Já tem muito tempo que ele não dorme bem à noite e depois que comecei o tratamento pra otite ele tem dormido muito melhor.

Filho não devia ter que passar por dor ou desconforto. Queria tanto que as coisas que eles tem que pegar dessem em mim, eu não ligo de ficar doente no lugar deles. Ou como diz minha cunhada Carol, quando eles tem que tomar remédio ou injeção, nós poderíamos tomar e passar pra eles pelo leite. Não ia ser muito mais fácil?

Daniel tomando remédio
Mas agora a paz voltou a reinar. O Pedro está sapeca, o Daniel está saudável e a mamãe está feliz!

3 comentários:

  1. Ai que dózinha! De você e do pequeno.. Eu me coloco na sua pele e me arrepio só de imaginar o sufoco. Filho doente em outro país deixa qualquer mãe maluca!! Mas que bom que no final tudo deu certo e o Daniel já tá melhor pronto pra aprontar um monte com o irmão! =D

    Beijooo

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  2. Pois é menina, só que agora quem ficou com febre foi o Pedro. Desde domingo com febre muito alta, só hoje descobri que é a garganta que inflamou de novo. Menos mal, fico mais tranquila sabendo que é coisa simples de tratar.
    Beijos!

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  3. Filho doente, sinal de mãe:PREOCUPADA, irritada, chateada,CANSADA,etc.
    Acho que não tem coisa pior pra uma mãe do que ver o filho amuado, sem vontade de comer, brincar ou até msmo de aprontar.
    Eu acho super justo,dar o remédio, vacina,doenças do tipo catapora.... fazer e pegar tudo na mamãe... mais facil de resolver e a criança não sofre...e melhor ainda a mãe sofre MUITO mesmo.
    Beijos

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