terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

Virose coletiva

Daí que voltamos da viagem com virose. O Daniel vomitou, o Pedro teve diarreia e eu estava enjoada. Dos quatro, só o Fe se salvou. Ainda bem, porque nós precisávamos de alguém pra cuidar da família.

O Pedro estava todo dodói, não queria brincar, só queria ficar deitado vendo TV, a diarreia dava até dó. O Daniel melhorou o vômito, mas estava meio chatinho também. E eu estava com dor no corpo inteiro, parecia que tinha passado um mamute por cima de mim.

Todo mundo tomou banho e foi dormir. Os meninos já tinham adormecido, eu deitei na cama e não conseguia levantar nem pra fechar a janela. E então ouvimos o Daniel tossindo uma tosse suspeita. O Fe foi ver e ele tinha vomitado no berço todo, até nos protetores. Então ele trouxe o Daniel pra mim e foi limpar a sujeira, tirar a roupa de cama suja, passar um álcool no colchão pra tentar tirar o cheiro. Estava limpando quando o Pedro acordou chorando, sentou na cama e resmungou que queria o papai. O Daniel, no meu colo, vomitou mais uma vez no chão. O Fe veio me acudir, e enquanto eu me limpava ele limpava o chão. Voltou pro quarto dos meninos pra terminar de trocar a roupa de berço do Daniel e o Pedro fez cocô mole. De repente eu senti que algo estava errado comigo, levei o Daniel pro Fe segurar e ele não podia pegar, porque estava trocando a fralda do Pedro, eu corri com o Daniel pro meu quarto, larguei ele sentadinho no chão e corri pro banheiro pra vomitar. Enquanto estava lá dentro, ouvi o Fe falando "Ai, caramba!!" e pelo som percebi que o Daniel tinha vomitado de novo. Eu gritei do banheiro "Fe, peraí que eu já vou!" e ele respondeu "Fica fria, eu dou conta!"

Coitado do Fe. Ele não sabia por onde começar. Mas com muita agilidade, ele conseguiu terminar de limpar o Pedro e foi limpar o chão e trocar a roupa do Daniel de novo. Eu consegui parar de vomitar e fui ajudar, e quando cheguei perto do Fe ele começou a rir. Aquele cheiro de merda (me desculpem a palavra, mas cocô não fedia tanto igual aquilo que o Pedro tinha feito), o berço todo vomitado, o chão limpo com papel higiênico,  eu com cara de morta-viva-que-vomita, o Fe administrando a bagunça e dando risada.

Todo mundo limpo, Pedro deitado na cama, Daniel comigo e com o Fe no nosso quarto, parecia que a paz voltaria a reinar em casa. Mas é claro que era cedo demais pra dizer isso. O Daniel voltou a tossir aquela tosse estranha, o Fe virou ele pra frente, bem de frente pra mim, e eu disse:

- Fe, vira ele pra lá porque ele pode vomitar em mim.
- Ele não vai vomitar - ele respondeu. Ele só está tossindo.

E nesse mesmo minuto, nesse mesmo segundo o Daniel vomita um jato de leite em cima de mim, eu viro uma estátua pra não derrubar o vômito no chão, o Daniel olha pra mim e começa a sorrir. É claro que o Fe já começou a rir tudo de novo, e enquanto eu trocava de roupa ele levou o Daniel pra dentro da banheira, só de fralda, pra ficar preparado caso viesse mais um jato.

E como a Lei de Murphy existe e é implacável, quando ele estava no lugar que podia vomitar, parou de vomitar e adormeceu.

Paz.

E o Fe apelidou aquela fatídica noite como "A Noite do Rebosteio".

Um comentário:

  1. Nossa, Fe, que noite movimentada... kkkkk... só rindo como o Fernando! Te amo, filha. Bjs.

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