quinta-feira, 20 de maio de 2010

Cachorro-Cachorro e Filho-Papai Noel

A Paçoca é uma cachorra muito boazinha, que aprendeu direitinho que não pode mexer em nada que não é dela ou que não for dado a ela. Ela fica dentro de casa e não pega nada, nem chega perto dos brinquedos do Pedro, não faz a menor bagunça. Lindo né?

Essa semana a Paçoca está passando um bom tempo no quintal, olhando para dentro com o portão fechado, porque está numa fase de trocar de pelos que deixa a casa com um tapete, e o Pedro adora ir brincar com ela através do portão. Eles passam muito tempo se olhando, brincando, ela lambendo a mão dele, ele puxando a orelha dela. Um amor recíproco. Mas (tudo no meu blog tem um "mas") o Pedro descobriu que ela aceita alguma coisa quando lhe é dada.

Então ele pega os brinquedos dele, de preferência os pequenos, vai engatinhando com um brinquedo na mão - uma mão engatinha, a outra vai apoiada no brinquedo, arrastando-o pelo chão - e praticamente enfia o brinquedo dentro da boca da Paçoca. No começo ela recusa, acha estranho, mas depois de tanta insistência acaba cedendo e pega o brinquedo, para alegria do Pedro. Aí ele dá gritinhos de alegria, pula, se sacode e ri enquanto ela mastiga e estraga o brinquedo dele. Um tanto quanto desprendido dos bens materiais, eu diria.

Ontem tive que correr para arrancar o tênis dele da boca dela, que se sacodia inteira enquanto abanava o rabo de alegria. Antes disso ela já tinha detonado alguns potinhos de Danoninho (todos dados por ele), umas peças plásticas de encaixar, muita bolacha e biscoito de polvilho - esses, aliás, ela nunca recusou. Na verdade, ela espera pacientemente do lado dele até ele não querer mais e oferecer a ela.

Hoje eu corri enquanto percebia que uma bolinha ia parar na boca dela. Justo o que ela mais gosta, bolinha! Ouvi um som de alegria acima do comum quando estava lavando louça, e quando olhei o Pedro estava se encaminhando para o portão com uma bolinha vermelha na mão. A Paçoca dando seus grunhidos de alegria enquanto esperava o presente chegar. Aí falei "Não Pedro! Esse é seu!", ele olhou pra mim, sentou, ficou me encarando e eu reforcei "Não é pra dar pra ela. Esse brinquedo é seu!". Ele largou a bolinha no chão e foi brincar com ela, de mãos vazias. Mas (olha o "mas" aqui de novo!) quando terminei de lavar a louça e fui buscar meu pequeno presenteador, a bolinha vermelha estava no quintal, cheia de pelos, mas ainda sem nenhuma dentada destruidora. Peguei a bolinha, mostrei pra Paçoca e falei que era do Pedro, que ela não podia pegar. Aí ele ficou assistindo TV e eu fui terminar as coisas na cozinha, e quando voltei para buscá-lo onde encontrei a bolinha? No quintal.

Não adianta. Ele gosta muito de vê-la mordendo as coisas, desde as coisas dela até as coisas dele. Me lembrei de quando a Maura, minha cunhada, dizia que a Julia jogava as coisas para o Astor destruir. O Astor era um lindo labrador preto, enorme e pesado. E ela jogava de tudo pra ele: desde os potes de plástico da cozinha, até os brinquedos dela ou até mesmo roupas. E ele lá, fazendo seu show enquanto ela ria feliz.

E aposto que ele vai continuar dando as coisas pra ela destruir. Só espero que ele não dê nada importante. Eu não ia gostar nadinha de ver meu celular destroçado, cheio de baba e pelos.

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