sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

Comédias do dia-a-dia

O Pedro está numa fase que cada dia tem uma (ou muitas) coisa que me faz rir. Ontem foram três.

Começou na hora de acordar. Todos os dias ele acorda e me chama, eu vou ao quarto dele com a mamadeira pronta, pego a chupeta e o paninho, coloco o travesseiro no lugar, deito ele na posição correta e dou a mamadeira pra ele tomar antes de sair do quarto (se eu tentar dar o leite depois que ele sair do quarto, ele não toma mais... os atrativos do mundo são mais fortes que a fome). Ontem eu entrei no quarto e ele estava sentado no meio do berço, me viu entrando com a mamadeira na mão (a qual ele chama de "tetê"), cuspiu a chupeta, colocou o pano de lado, pegou o travesseiro e colocou no lugar certo, deitou e esticou os braços esperando que eu desse o "tetê". Foi tudo tão rápido que eu só olhei, entreguei o tetê e saí do quarto murmurando algo sobre a independência precoce.

Depois, ele estava brincando na sala... Espera, vou consertar essa frase: Depois, ele estava espalhando todos os brinquedos pela sala, e me viu chamando a Paçoca para comer uma goiaba, que eu tinha cortado em 4 partes e descobri que por dentro ela estava transparente... resultado: vai pro cachorro. Ele veio perto para olhar enquanto a Paçoca desceu correndo as escadas e veio saborear a iguaria, devorando velozmente todos os pedaços. Quando ela estava engolindo o terceiro pedaço, o Pedro olhou pra mim, levantou o queixo e fez um "Huuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuummmmmmmmmm!" bem comprido, pra dizer que o papá da Paçoca estava gostoso, igual eu faço quando dou comida pra ele, "Huuumm! Que gostoso!". Já comecei a rir na hora, a Vanessa, minha faxineira, quase teve um ataque de riso. E quando a Paçoca engoliu o quarto e último pedaço o Pedro olhou pra nós duas, levantou as duas mãos pra cima e disse: "Bô.", virou as costas e voltou para a construção do campo-minado na sala, deixando nós duas rindo na cozinha.

A última comédia foi de noite. Eu sei que contar agora (ainda mais por escrito) não vai ter tanta graça quanto a cena que eu assisti ao vivo, mas como o intuito desse blog é registrar os fatos vou contar mesmo assim. Daqui um tempo, quando eu ler isso de novo vou lembrar da cena e rir novamente.

O Pedro tem uma Totoka, é um nome engraçado mas o brinquedo é bem legal. É um carrinho de sentar em cima e dirigir... Mas ele nunca anda sentado, ele gosta de empurrar pela casa, o mais rápido possível. Ele é bem experiente em fazer curvas e desviar dos móveis e obstáculos, nasceu com o chip do pai. Ontem estávamos correndo pelo corredor, ele empurrando o "carro" (que é como chamamos a Totoka aqui em casa) e eu correndo atrás, brincando de pega-pega. Ele entrou à toda velocidade na cozinha, desviou da mesa e foi correndo direto para a parede. Nessa hora eu até parei pra observar, achando que ele faria uma manobra arriscada em cima da hora, mas não. Ele não desviou, acertou em cheio a parede e de propósito. Ele caiu para um lado, o carro caiu para o outro e até disparou a sirene. Ele ficou imóvel por alguns poucos segundos e eu observei, esperando vir o choro. Ele fez cara de quem ia chorar, mas então parou e olhou para a parede, para o carro e para ele... Olhou novamente para o carro tocando a sirene, levantou o rosto pra me olhar, fez uma cara de quem estava com vergonha que eu até então desconhecia, se levantou lentamente, levantou o carro, olhou para a parede de novo, olhou para mim, fez um "He he!" sem graça, pegou o carro e voltou a empurrá-lo, dessa vez com muito menos velocidade, fingindo que nada tinha acontecido.

Eu ri, mas eu ri tanto que não tinha forças nem pra andar. O Fe me ouviu rindo e veio saber o que tinha acontecido, mas eu não conseguia contar de tanto que ria. Chegou uma hora que eu já estava chorando de rir, a barriga doendo, mas não conseguia parar com o riso. O Pedro passava por mim como se tudo estivesse normal, forçava um sorriso amarelo e voltava a brincar. Eu quase caí no chão de tanto rir. O Fe só foi saber o que aconteceu uns 5 minutos depois, que foi quando eu consegui me acalmar (mas não parar de rir) pra manter a voz firme e narrar o ocorrido.

Tem horas que eu queria ter uma câmera ligada 24 horas por dia, só pra poder registrar esses fatos. Não que eu um dia vá esquecer, mas para os outros poderem rir tanto quanto eu. Até ele daria risada de si mesmo quando fosse mais velho e visse a cena. As comédias da vida diária!

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