terça-feira, 10 de agosto de 2010

Escolinha

Chegou a segunda-feira, estava no salão fazendo as unhas com o meu grude junto, mas ele estava tão grude que até chamou a atenção das meninas. Normalmente ele brinca bastante, mas nesse dia ele só queria meu colo. Grudava na minha calça e ficava falando "mã-mã-mã".

À noite contei pro Fe como ele estava e acabamos refletindo sobre o comportamento dele nos últimos dias. Ele está mesmo um grude comigo, se eu estou perto não quer nem brincar com o pai, e ele adora brincar com o Fe! Eu já não consigo mais ficar no mesmo cômodo que ele, porque ele brinca sozinho o tempo todo, mas se eu apareço ele não quer nem brincar, só quer ficar no colo. Se eu estou andando, ele gruda na minha calça e não me deixa andar até que eu o pegue no colo. A situação está bem complicada.

E conversando sobre como está complicado de repente o Fe me diz: "Então amanhã ele começa no berçário."

Berçário? Tudo bem que o plano era esse, mas ele iria para o berçário só depois que eu engravidasse do segundo filho. Como assim começar lá sem eu estar grávida? Eu fui contra, mas ele foi categórico. Disse que eu estava sem tempo pra mim, que não conseguia fazer nada porque tudo ele tem que ir junto, que estou muito cansada e estressada e que preciso de um tempo pra mim. E que o Pedro, por sua vez, precisa brincar com outras crianças, sair um pouco de casa, ser estimulado de formas que eu não consigo aqui em casa, e que seria só meio período. Ele estava certo, mas coração de mãe não consegue deixar ir assim de repente.

Chegou a terça e eu acordei tensa. Passei de manhã na escolinha - que fica no próximo quarteirão, a uns 40 segundos de caminhada da minha casa - para fazer a matrícula e fiquei ainda mais tensa. Voltei pra casa, dei o almoço dele e às 13:00h fomos para a escolinha. Acabei ficando lá para olhar ele por mais de uma hora, e ele super feliz, brincando com os amiguinhos. Uma hora que eu achei que estava atrapalhando e voltei pra casa, com instruções que ao menor sinal de insatisfação dele elas me ligassem.

Entrei em casa e não consegui mais segurar: chorei muito! Liguei pro Fe pra dividir minha angústia, mas ele estava extremamente ocupado e não pôde falar comigo. Então liguei pra minha mãe e chorei mais ainda. Fiquei um bom tempo chorando enquanto ela tentava me acalmar e quando parei de chorar ela desligou. Cinco minutos depois a Mila me ligou pra saber como tinha sido, aí não aguentei! Comecei a chorar tudo de novo. Nisso chega uma moça para fazer entrevista para faxineira aqui em casa, e eu com aquela cara inchada de cílios grudados pelas lágrimas. Vexame total.

Pra não ficar pensando muito (como se fosse possível), comecei a fazer faxina em casa. And I cleaned like hell. Limpei minuciosamente coisas que já estavam limpas, mas precisava dirigir minha energia para alguma coisa que não me fizesse chorar.

Às 16:30h a professora me ligou dizendo que ele estava começando a chorar e eu saí de casa com tanta pressa que larguei o pano e o rodo de qualquer jeito, só queria chegar logo na escolinha para aliviar o sofrimento dele. Sei, sei, você vai dizer que o sofrimento era meu e não dele. Já conheço essa história. Como eu disse, 40 segundos depois estava na porta da escolinha tocando a campainha. E nada dele chegar. Um minuto depois (pra mim pareceu uma hora) a professora chega com ele no colo e ele nem estava chorando, estava rindo. Eu o peguei no colo e voltei pra casa bem rápido, antes que chorasse no meio da rua.

Ficamos na sala assistindo Discovery Kids, ele no meu colo tentando ir pro chão, eu querendo segurá-lo mais um pouco. Quando o Fe chegou foi como se tivesse aberto as comportas das lágrimas novamente e eu chorei até soluçar, até perder a força, até a fala ficar entrecortada. Mas o Pedro não estava nem um pouco triste, ele só estava cansado. Brincou a noite inteira! E eu chorei a noite inteira.


Na quarta, segundo dia de aula, fomos pra escola e dessa vez eu não estava com tanta vontade de chorar. Acabei ficando uma meia hora olhando ele e só fui embora porque achei que ele não ia brincar enquanto eu estivesse ali. Quando eu estava saindo, vi a professora dando o mamá dele: o segurou no colo, deu a mamadeira nas mãos dele e ele tomou sozinho. Epa! Como assim, sozinho? Ele toma sozinho em casa, mas é super difícil fazer ele segurar a mamadeira. Ele prefere que eu dê na boca dele. Aí perguntei pra professora como ela tinha feito aquilo e ela respondeu com cara de quem estava estranhando a situação: "Ele não toma sozinho? Ele tomou assim ontem!"

Imagine minha cara de trouxa, sabendo que desde o primeiro dia de aula ele já tomou mamadeira sozinho e dormiu no colo de alguém que ele nunca tinha visto. "Ah, tá... não, ele toma sozinho em casa, mas só de vez em quando..." Mãe é um bicho besta mesmo.

Na quinta ele já chegou na escolinha e foi entrando sozinho pra brincar no parque com os amigos, nem olhou pra mim. E na sexta se jogou no colo da professora que veio buscá-lo na porta e ainda por cima fez tchau pra mim e sorriu. Ele não sente minha falta? Não vai chorar quando eu for embora? Mas ele não chorou, não ficou triste. E tem dormido 1 hora todos os dias na escola, totalmente a vontade. Sexta eu deixei minha câmera com a professora e ela fez várias fotos do Pedro, algumas eu posto aqui.


E depois eu volto pra contar do fim de semana e do resto. Sim, tem mais, muito mais!

2 comentários:

  1. Lindinha, posso dizer que tb passei por isso...eu saia chorando e o André ficava brincando feliz da vida...faz parte
    rs

    ResponderExcluir
  2. Que fofo na escolinha, todo feliz!
    O Lucas também adora, as vezes entra que nem fala tchau! E também vou busca-lo e ele vem chorando pq queria ficar na atividade! Como assim? mesmo...a gente morrendo de saudades e eles querendo ficar mais?
    Eu li uma reportagem que a escola dos filhos tem que ser perto de onde a mãe está trabalho/casa para buscá-los, pois quanto mais longe, pior, gera ansiedade, angustia...essas coisas de mãe!E não é verdade?
    Beijos

    ResponderExcluir