sexta-feira, 9 de setembro de 2011

Igual a mãe

A segunda-feira dessa semana foi feriado aqui nos EUA, o dia do trabalho e nós aproveitamos pra ir passear em Chicago. Confesso que fiquei um pouco tensa em passar 4 horas na estrada com os meninos, mas felizmente a viagem foi extremamente tranquila, sem nenhum stress.

Fomos no sábado e quando chegamos estava um dia nublado e com um pouco de chuva, mas muito quente. Fomos passear à pé, eu queria ir ver a escultura de feijão, o Daniel no canguru e o Pedro no carrinho. Ali perto da escultura de feijão tinham dois telões de água que o Pedro ficou olhando sem parar, foi até difícil tirar foto, ele só queria olhar para os rostos que apareciam por baixo da água.



O Pedro adorou a escultura de feijão, queria descer do carrinho e sair correndo pelo lugar. Só não deixamos porque estava muito movimentado e seria bem difícil ficar correndo atrás dele no meio das pessoas, mas deixamos que ele chegasse bem pertinho pra ver do que o feijão era feito.

Onde está Wally?


No domingo estava um sol muito gostoso, mas um vento friozinho. Fomos ao planetário e depois saímos pra passear à pé. Eu fiquei andando com o Daniel no canguru por mais de 5km, um ótimo exercício! Voltamos ao feijão - dessa vez para tirar foto num dia ensolarado - e quando chegamos lá o Daniel já estava dormindo, pendurado no canguru. O Pedro ficou acordado o tempo todo, comentando sobre isto ou aquilo que ele via pelo caminho. Ele adora passear!

E na segunda de manhã já não dava mais pra evitar: fomos ao Sears Tower, um prédio de 103 andares. Antes de chegar lá eu já estava suando frio, só de ver o tamanho do prédio perto dos outros. Subimos no prédio (e o elevador conta os andares de 10 em 10, de tão rápido que é) e quando chegamos lá em cima eu já estava travada de medo, mesmo antes de olhar pelas janelas. O Pedro estava felicíssimo, queria olhar por todas as janelas, não tinha o menor medo.


Mas o melhor mesmo aconteceu quando entramos naquela caixa de vidro que fica pra fora do prédio. É aterrorizante pisar no vidro, olhando tudo em volta. Eu morro de medo de altura, mas mesmo assim respirei fundo, empurrei o carrinho do Daniel pra dentro e entrei junto, com o Pedro ao meu lado. Olhei em volta (sem olhar pra baixo) e prendi a respiração. Pânico, terror e aflição. A Stephanie já estava esperando com a câmera em mãos e tirou uma foto antes que eu saísse correndo. 


E aí eu pensei que o Pedro poderia estar com medo e olhei pra ele. Hum hum, medo. Ele estava ajoelhado no chão de vidro, olhando pra baixo e apontando para os carros que passavam na rua, dizendo "Papai, carro! Carro!" e nessa hora sem querer eu olhei pra distância que separava o chão de verdade do piso de vidro que eu estava. Vertigem. 



Pedi licença, saí correndo e fiquei alguns minutos tentando me recompor de tamanho medo, o coração acelerado e as mãos suando frio. E o Pedro... nada. Tranquilo. Definitivamente não puxou à mãe.

Teve também outra ocasião em que eu fiquei com pânico alheio por ele. Foi antes de viajar (na realidade na véspera da viagem), quando fomos a um parque que estava de passagem na cidade e minha sogra e a Maura levaram o Pedro para brincar na roda-gigante. A única coisa que eu pensava era: "Que esse treco não quebre, que o Pedro não tenha medo, que ele não chore nem fique traumatizado. Que esse treco não quebre!!" Ele vai no brinquedo e quem fica com medo é a mãe. No fim da primeira volta lá estava ele apontando para tudo no parque, sorrindo, tranquilo, mostrando pra vovó tudo o que ele estava vendo. E eu lá embaixo no meu mantra "Que esse treco não quebre..."

O Pedro está me ensinando a ter coragem. Nem que seja só coragem por ele!

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